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O que é Gerenciamento de Facilities?

PING PONG

Uma área em franca expansão no mundo corporativo, mas que talvez ainda não seja do pleno conhecimento de todos. Daí iniciarmos esta conversa com a palavra dos dois idealizadores do FM Connection, Ana Machado e Fernando Carrasqueira, do alto da experiência que ambos acumulam: “é a gestão inteligente dos serviços que garantem integridade e funcionalidade à infraestrutura de uma empresa, com base no tripé qualidade/custo/sustentabilidade. Trata-se de proporcionar um ambiente agradável, limpo e seguro aos colaboradores de uma organização, cuidando do seu bem-estar e respeitando o meio ambiente”. Curtiu? Então, senta porque lá vem só história boa…

FM Connection: O Gerenciamento de Facilities, ou Facilities Management, no termo original, remete ao surgimento, no exterior, dessa área corporativa. Quando e onde surgiu?

Ana Machado: Há autores que sinalizam o surgimento do termo “Facilities Management” (FM) no final da década de 60, nos Estados Unidos, como resultado de uma terceirização realizada pelos bancos no que tangia ao processamento das transações de cartões de crédito. No final da década de 70, o termo FM passou a englobar sistemas de mobília modular e projetos de escritório, abrindo espaço para que fabricantes de móveis interagissem com seus clientes e os fizessem entender o valor do planejamento do espaço. Em meados dos anos 80, foi a primeira vez que o termo FM foi vinculado ao aumento da eficiência de um prédio (por ter causado melhoria no ambiente interno), deixando-o em “boas condições”. Nessa década e na seguinte, presenciou-se o desenvolvimento de uma cultura de serviço nas organizações, fato que impactou o gerenciamento de propriedades através do então chamado Facilities Management. Os anos 90 viram um rápido crescimento de contratações de serviços non-core business, e o FM teve sua importância estratégica reforçada dentro das organizações.

“Em meados dos anos 80, foi a primeira vez que o termo FM foi vinculado ao aumento da eficiência de um prédio (por ter causado melhoria no ambiente interno), deixando-o em boas condições”.
Ana Machado

Fernando Carrasqueira: E aí, nos anos 2000, planos de continuidade dos negócios, avaliação de riscos, responsabilidade social corporativa e uma busca incessante por redução de custo foram o gatilho para que gerentes de FM passassem a se preocupar com o uso mais eficiente de seus espaços, somando-se a isso os contratos globais e o crescente uso de tecnologia. Atualmente, os profissionais de FM têm, além de todas as atividades elencadas, o desafio de apoiar suas empresas em seus processos estratégicos, adicionando valor ao negócio da organização ao mesmo tempo em que otimizam sua infraestrutura.

FMC: Como se dá a hierarquia no Facilities Management (FM) e quais podem ser as formações (inicial e continuada) dos profissionais do setor?

Ana: Não há uma hierarquia formalmente definida para a área de Facilities Management porque essa área ainda está em fase de estruturação (neste momento, a ABRAFAC, Associação Brasileira de Facility Management, Property e Workplace, está trabalhando junto ao Ministério do Trabalho para que a atividade seja reconhecida como uma profissão). O que se vê na prática é que os profissionais vão ascendendo à medida que melhor conhecem o métier e/ou que novas oportunidades vão surgindo. Assim, eles evoluem de assistentes a supervisores, destes a coordenadores e, depois, a gerentes. A partir desse ponto, podem migrar para posições de diretoria dentro de FM ou, mesmo, para outras áreas nas quais tenham chance de desempenhar funções estratégicas. É importante mencionar que a área de FM, em sua estrutura/composição, precisa não só de profissionais que lidem diretamente com as atividades do dia a dia, mas, também, de profissionais que atuem em áreas transversais e complementares, como Segurança do Trabalho, Segurança Patrimonial, Gestão de Contratos etc. Só esse time coeso, treinado, antenado às novidades de mercado consegue entregar um serviço de qualidade em uma área em constante evolução.

Fernando: Não há uma formação específica para que um profissional ingresse na área de facilities. Alguns cursos, entretanto, são mais comuns e, entre eles, podemos citar: Engenharia, Arquitetura e Administração. O mais importante é o profissional se identificar com as características da função, que abrange desde aspectos mais técnicos a outros mais estratégicos. Além disso, especializações (Pós ou MBA) em Gestão de Facilities, visando conhecer mais a vivência e a prática da função, são poderosas armas para adicionar valor ao currículo.

FMC: Por falar em formação, qual é a missão de eventos como o FM Connection?

Ana: Nossa missão? Compartilhar informação de qualidade, teórica e principalmente prática, fazendo a diferença na vida dos profissionais de FM ao prepará-los para o gerenciamento de suas atividades no dia a dia. Além disso, o networking que ocorre nesses eventos é fundamental para estreitar as conexões profissionais já existentes, fortalecer as relações comerciais, abrir espaço para discussão de temas sensíveis e, até mesmo, desbravar oportunidades de contrato e/ou trabalho.

Fernando: Em resumo, o FM Connection é um hub de conhecimento e uma plataforma de comunicação com abrangência em diversos setores e com infinitos desdobramentos.

“O FM Connection é um hub de conhecimento e uma plataforma de comunicação com abrangência em diversos setores e com infinitos desdobramentos”.
Fernando Carrasqueira

FMC: Sustentabilidade é o tema do 2º FM Connection. O que ela tem a ver com o trabalho do profissional de facilities?

Ana: Durante muitos anos, as decisões na área de FM estavam calcadas no binômio custo-qualidade. Atualmente, as mesmas decisões não podem prescindir, também, de uma análise de sustentabilidade. É necessário olhar as decisões a serem tomadas a partir de uma perspectiva mais holística, em que os impactos ambientais não só sejam levantados, mas, também, avaliados durante a execução de uma atividade. Há uma crescente e poderosa demanda verde que, aberta ou veladamente, começa a distinguir a operação das empresas e o valor dos profissionais que nelas trabalham.

Fernando: Nesse sentido, os agentes de FM assumem a responsabilidade de direcionar seus esforços, visando, entre outras ações, diminuir o consumo de água e energia elétrica, fazendo o melhor uso dos recursos naturais (com ou sem tecnologia dedicada a esse fim), reutilizar todos os materiais possíveis através de reciclagem e de economia circular, coletar resíduos seletivamente e verificar sua correta destinação, migrar, paulatinamente, para o uso de energia proveniente de fontes limpas e mitigar ou compensar, sempre que possível, a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) nas operações do dia a dia.

Ana: Cabe frisar, também, que pensar e praticar sustentabilidade na área de facilities implica diretamente na redução de custos no curto, médio e longo prazos, haja vista a eliminação de custos desnecessários ou de desembolsos extras não planejados e o cumprimento das regras de compliance das empresas, que mitigam riscos, diminuem despesas judiciais e fortalecem a reputação organizacional.

FMC: Quais são os principais desafios do FM?

Fernando: Inúmeros são os desafios, mas podemos destacar alguns de maior relevância: reduzir custos, otimizar recursos e ser sustentável; ter pleno conhecimento das regras de compliance; dominar o uso dos indicadores norteadores da operação; gerenciar contratos e fornecedores; fazer uma boa gestão de pessoas; comunicar-se bem; e sempre se atualizar.

FMC: E que conselho vocês dariam a alguém que pretenda entrar na área de facilities?

Ana: Pergunte muito, sem medo de questionar pessoas e de mudar as coisas, mesmo as que se dizem consolidadas. Perceba que há conhecimentos que você possui, mas que estão ultrapassados. Jogue-os fora. Abra-se para o novo. Ouse. Aprenda a se comunicar eficientemente. Aprimore sua escuta. Angarie parceiros. Respeite as pessoas e seus diferentes pontos de vista. Aprenda diariamente com todos que estiverem ao seu redor. Estude constantemente. Foque nas suas responsabilidades e, sempre que possível, vá além delas. Faça, sempre, o melhor que puder. Seja sustentável.

Fernando: Na dúvida, use sempre o bom senso. E espalhe sorrisos por onde passar!

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