QUALIDADE DE VIDA
Empresa de arquitetura dialoga com profissionais de FM na busca de bem-estar dos colaboradores e pertencimento aos locais de trabalho
Não dá para pensar em qualidade de vida no meio profissional sem imaginar como são os espaços que recebem os colaboradores. Por isso, arquitetos têm se debruçado, cada vez mais, sobre estratégias para adequar seus projetos às mais distintas realidades e demandas. Há 25 anos nessa jornada, a CEO da Workplace Arquitetura Corporativa, Thais Trentin, chega a considerar o escritório como “salário emocional”, posto que deve acrescentar os benefícios do bem-estar e do acolhimento aos “rendimentos” do colaborador.
“Nós somos uma empresa de arquitetura e conceituamos ambientes de trabalho. Mas não pensamos somente na definição de um layout, com todas as suas normativas embarcadas. Procuramos entender como vamos impactar as pessoas que vão trabalhar nos espaços. Tanto que eu mais gosto de dizer que nós promovemos bem-estar, engajamento, pertencimento e, acima de tudo, felicidade”, chancela a CEO.
Para atingir suas metas, Thais Trentin procura dialogar bastante com os profissionais de Facility Management, que, em geral, são os interlocutores de todas as necessidades e demandas das empresas. Neste período pós-pandemia, um dos maiores desafios tem sido atrair as pessoas para o retorno presencial ao trabalho: “uma de nossas contribuições junto aos Facilities Managers tem sido pensar em como atrair os colaboradores para os escritórios sem que isso seja, de fato, uma imposição, visto que o maior conflito das organizações vem sendo encontrar equilíbrio na definição de um modelo híbrido específico para cada necessidade, sem abrir mão da conexão humana, tão essencial para manter uma mente ativa e saudável.”
Thais lembra o caso dos funcionários de TI, por exemplo, que, em geral, são os mais resistentes a voltar aos escritórios. Da mesma forma, na própria Workplace, alguns arquitetos já demonstraram maturidade e produtividade trabalhando em home office. Entretanto, o time de gerenciamento e execução de obras precisa obrigatoriamente estar em campo, pois “obra não se faz por wi-fi, não se dá marretada via reuniões digitais”, brinca nossa arquiteta. Por isso, segundo ela, “os locais de trabalho têm que oferecer, se não atrativos, motivos para serem frequentados, pois encontros presenciais trazem conexão e potencializam a produtividade do time. Afinal, há que valer a pena todo o deslocamento do colaborador desde a sua casa.”
Dito isso, é ótimo quando o gestor de FM enxerga que a cultura empresarial é reforçada pelo ambiente físico. E essa constatação torna-se mais clara à medida que esses profissionais têm formação no assunto. “Nem todo Facility é técnico, ou seja, arquiteto ou engenheiro, e muitos também acumulam essa atividade com outras atribuições. E é aí que nós entramos, com todo conhecimento técnico e experiência, para podermos, juntos, mergulhar na concepção do espaço e construir um projeto integrado, apresentando soluções que atendam às demandas e aspirações de cada cliente”, alega Thais Trentin.
Três personas do diálogo
Além dos profissionais de FM, outros dois interlocutores fazem parte da conversa com nossa entrevistada, que pretende estabelecer, como ela mesma reforça, uma via de comunicação assertiva com quem, de fato, consome os seus projetos. Nessa comunicação figuram também o time de People and Culture (ou de RH), que é quem exerce o olhar sobre as pessoas no ambiente de trabalho, e os C-levels, os tomadores de decisão final. “Então, cabe a nós criar uma equação que atenda a todos: temos que prover uma boa solução para quem faz operação, que é o Facility, temos que fazer com que as pessoas se sintam cuidadas, e, no fim das contas, temos que fazer tudo caber dentro do budget para que as ideias possam sair do papel e funcionar. É o próprio ‘malabarismo dos pratinhos’”, explica Thais.
Do início do projeto à conclusão da obra, eventuais problemas são tratados em reuniões de acompanhamento de forma rápida e objetiva, afinal, “gosto de reforçar que somos provedores de soluções”, destaca Thais que, logo na sequência, lembra proposta inédita de conceber e gerenciar um projeto internacional, com todos os conflitos de ordem econômica, política e cultural. “Um cliente brasileiro trouxe-nos o desafio de fazer o seu escritório na Argentina. Desembarcamos lá sem conhecer nenhum fornecedor de material nem de mão de obra, e ainda com o desafio do idioma. Mas todos esses pontos viraram a força motriz do time, que concluiu e entregou o projeto com sucesso”, comemora a CEO, que diz estar sempre pronta para novos desafios, independentemente das possibilidades de conflito e dos percalços que a trajetória possa oferecer.
Frase: “Então, cabe a nós criar uma equação que atenda a todos: temos que prover uma boa solução para quem faz operação, que é o Facility, temos que fazer com que as pessoas se sintam cuidadas e, no fim das contas, temos que fazer tudo caber dentro do budget para que as ideias possam sair do papel e funcionar. É o próprio ‘malabarismo dos pratinhos”.